Afinal de contas, imóveis ainda são bons investimentos? Tradicionalmente, o brasileiro de variadas faixas de ganhos financeiros é acostumado a investir em terrenos, casas e apartamentos. Os motivos da construção dessa cultura são diversos: imóveis sempre foram considerados investimentos seguros, grande demanda por moradias, valorização do sonho da casa própria… mas o que mudou? Independente das incertezas políticas e econômicas do nosso país, podemos dizer, sem medo de errar, que a fronteira que separa o bom do mau negociador se chama qualificação.
É importante entender os conceitos, se familiarizar com as especificidades da negociação e, claro, estar bem atento à situação do mercado de uma maneira geral. Em entrevista ao jornal O DIA, o advogado especialista em Direito Imobiliário, Paulo Akiyama, explicou que é preciso entender bem as razões para investir, pois a lei da oferta e da demanda pode derrubar os preços ou fazê-los subir muito em determinada época/localização.
Estar bem informado é um ponto essencial em toda e qualquer situação. “Busque informações cadastrais da construtora, pois é muito importante em razão da solidez da estrutura financeira de quem está construindo para, também, garantir a cobertura por responsabilidade técnica de eventuais problemas de construção. Leia atentamente o memorial descritivo, ou seja, o que prometem entregar ao comprador, em especial o tipo de cabeamento elétrico, hidráulica, pintura, pisos, louças sanitárias, etc. Por último, analise com cautela a documentação e contrato, evitando possíveis problemas futuros com a construtora”, afirmou o especialista ao jornal.
Vantagens, desvantagens e cuidados
A vantagem mais significativa ainda é válida: os imóveis costumam ser investimentos com uma relativa segurança em relação a outros tipos de investimentos. O que costuma acontecer, na maior parte dos casos, é a valorização deste bem ao longo do tempo. Uma outra questão é que os imóveis não podem ser confiscados mesmo em caso de crise econômica muito grave. Com o planejamento correto, esse tipo de negócio pode ser, sim, uma espécie de porto seguro.
Você pode fazer o investimento de três formas diferentes: imóvel novo, imóvel usado e imóvel na planta. Com relação àqueles que estão na planta é preciso estar atento ao período de construção e ao cumprimento de prazos. Muitas vezes as construtoras oferecem descontos em caso de pagamentos adiantados e o valor das parcelas pode mudar de acordo com o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Uma das possíveis desvantagens num momento posterior à compra é o fator tempo. Nem sempre o investidor consegue vender ou alugar seu imóvel na velocidade que deseja, ou seja, pode atrapalhar um pouco o planejamento. Um outro fator que pode ser um motivo de preocupação é o momento complicado na segurança pública em diversas regiões do país, afinal de contas, um crescimento significativo nos índices de criminalidade pode desvalorizar um determinado imóvel, tornando-o mais difícil de vender ou alugar.
Como qualquer investimento, reiteramos, é importante qualificação e estar bem informado sobre tudo que cerca o bem que você pensa em comprar. Não existe uma fórmula mágica ou receita infalível, mas tem tudo para dar certo caso você seja um investidor atento e dedicado.